Tava mesmo a precisar disto….

TRiiiiiiiiiiiiiiiiiiii!!!!!

Toque de acordar com meia-hora de atraso… Quero dormir mais um bocadinho! …..Onde estão as meias? o antibiótico da miúda, — não não podes levar a bicicleta para a escola!– por favor come os cereais,… a pequena tenta enfiar as chuchas dentro da máquina da roupa…MÃEEEEEEEEEEE a mana tem a fralda suja….duas mochilas, a pasta, casacos,… finalmente nas escadas… MÃEEEEEEEEEE falta a mochila da natação!….Ups! Volto a casa (take1) agarro na mochila, tropeço no parque da pequena… desço dois lanços de escada…. esqueci-me da mala…. sobe ao 2º andar (take2)… desce a correr… ups… esqueci-me do lixo….sobe ao 2º andar (take3)… desce a correr…beijos, beijos, tou atrasada (muito atrasada)… o metro ESTÁ atrasado… mala entalada na porta do metro (três rosnadelas ao vizinho do lado que espeta o cotovelo entre a minha 3ª e 4ª costelas)… sair a correr… subir a correr os 4 lanços de escadas rolantes do metro…subir a rua a correr… ups esqueci-me do jornal…(deixa estar lês na net!)… PORQUE É QUE A M*******DO ELEVADOR NUNCA ESTÁ NO R/C??????? Porta do escritório… (ups deixei o cartão magnético em casa!!!!!!)… descer ao R/C pedir novo cartão….regressar à porta do escritório (descobrir que afinal já estava lá gente), suspiro (sigh!) batendo com a testa três vezes nos 0,005 mmm de tampo de secretária que se conseguem descortinar por entre as montanhas de papéis!.
Bom dia!!!!
Cheguei!!!

Riscos e Rabiscos da IVG

Tenho um amigo que acha que algumas das suas colaborações pagas são uma questão entre ele e o cliente. Ou seja “…acho que o Estado (entenda-se Fisco!) não tem nada com isto!”. O que me parece bem.
Ora a mim esta corrente de pensamento levou-me ao aborto. Pois é, eu cá acho que o Estado não tem nada que ver com os meus ovários, útero e capacidades reprodutivas. E, em dias mais radicais, sou rapariga para soltar um “… na minha barriga mando eu, SIM SENHOR!”.
As discussões à volta da IVG (além de me irritarem solenemente, levando-me a soltar impropérios pouco próprios de uma senhora) levaram-me a uma interrogação: porque Diabo é que o Estado, essa entidade abstracta, ainda não regulamentou e definiu critérios base para se ser pai ou mãe? Ora se vamos regulamentar a IVG, sugiro que se legisle e defina de uma forma explicita quem pode ou não procriar.
Sugiro veementemente que qualquer candidato a progenitor tenha de ser submetido a testes de capacidade mental e parental, onde são avaliados parâmetros tão diversos quanto:

capacidade de abdicar de idas a jogos de futebol, noitadas de copos, e idas ao cinema; aptidão para gestão familiar em momentos de crise (crianças com cólicas, constipações, ameaças de desemprego); grau de capacidade para lidar com noites mal dormidas, , divórcios, mortes…; etc., etc., etc., …

Continuando nesta linha de raciocínio, os candidatos a pais teriam de justificar, de forma bem fundamentada, a razão pela qual gostariam de procriar, e neste processo teriam obrigatoriamente de ser acompanhados por um painel de psicólogos que estudariam de forma aprofundada todas as hipóteses de desvios comportamentais. Claro que teriam de ser submetidos periodicamente a testes de alcoolemia e de consumo de drogas, seriam avaliados os hábitos sexuais, e em caso de incumprimento de algum parâmetro descrito na lei, ser-lhes-ia negado o direito a ser pais, sendo que as mães deveriam ser encaminhadas para um estabelecimento legalmente autorizado onde lhe seriam retirados ovários e útero! Remédio Santo!
Era giro não era? Além de mandarmos à vida o Simplex em menos de um ai, resolvíamos o problema dos excedentários da função pública!

P.S.: Desculpa Clarinha é a minha veia Al Qaeda!

I have a Dream

http://youtube.com/v/gZLvSnr6s50

Parece estranho que quase quarenta anos depois as palavras de Luther King continuem actuais. Na verdade o mundo não está mais justo, as minorias não são mais respeitadas do que eram, a injustiça, o ódio, a guerra, e a fome persistem.
Se Martin Luther King ainda fosse vivo perceberia que as suas palavras foram usadas muitas vezes, mas que poucas vezes a luta pela qual perdeu a vida, deu frutos.

Welcome 39

Ontem fiz 39. Já não são 38 e ainda não são quarenta. Ou seja estou a meia-água, já não tenho cartão jovem mas ainda não estou bem madura. Ou se calhar estou. Depende do ponto de vista. Os putos que trabalham comigo chamam-me velhota (engraçadinhos!); já entrei na década em que é possível dizer umas graçolas ao menino da loja de jeans sem que ele ache que me “estou a fazer”; no balcão do banco passei de menina a “sim, minha senhora”, e os piropos mais favoráveis são “… não estás nada mal para a idade que tens!”. Bolas, ainda agora estava nos trinta e já estou a ser rasteirada pelos 40!
Ontem fiz 39 e por pura vingança quase estoirei o cartão de crédito, comprei um casaco vermelho e umas calças de ganga um número abaixo do que visto! Para o ano pinto o cabelo de ruivo, inauguro as mini-saias e os saltos altos!
Ah pois é, chego lá, mas com estilo!!!!

Há dias assim…

Não me recordo quando é que a Alice Vieira entrou na minha vida. Lembro-me de ser pequena e de me terem oferecido o “Rosa, minha irmã Rosa”, e de o ter lido e relido vezes sem conta. Umas vezes de enfiada, outras saboreando capítulo a capítulo. Ainda hoje tenho esse exemplar de capa cor de rosa à espera que as minhas meninas cresçam para o poderem ler. Mas o que mais me fascina na Alice Vieira é a maravilhosa capacidade, o inegável talento, de nos falar das coisas simples, das coisas diárias, em tom de poesia ou como se se tratasse de uma maravilhosa história de encantar. Este Natal a MM lembrou-se deste meu gosto e deu-me de presente o “Pézinhos de Coentrada”. Não foram precisas mais de 3 dias para devorar este livro de pequenas histórias publicadas em revistas e jornais nacionais. Algumas já conhecia, outras não. O trecho que aparece em baixo é da minha história preferida. Fala da liberdade, desse liberdade interior que ninguém nem coisa alguma consegue roubar.
E hoje sinto-me assim, por detrás de uma janela fechada a ver o dia fugir… Há dias assim…

Porque qualquer janela serve para voarmos. Para sermos livres. Para imaginarmos outras vidas. Eu posso estar sentada aqui nesta cadeira, a fazer malha, e vocês olham para mim e são capazes de jurar que eu estou ao vosso lado, mas não estou, estou muito longe, a viver outras vidas, a ouvir outras vozes, a sentir outros cheiros, a amar outras pessoas. Por muitos cadeados que as janelas tenham, nenhum cadeado pode impedir os nossos sonhos de nos levarem onde quisermos.”

.

in “Pezinhos de Coentrada, pequenas histórias”, de Alice Vieira.

Há dias assim…

Não me recordo quando é que a Alice Vieira entrou na minha vida. Lembro-me de ser pequena e de me terem oferecido o “Rosa, minha irmã Rosa”, e de o ter lido e relido vezes sem conta. Umas vezes de enfiada, outras saboreando capítulo a capítulo. Ainda hoje tenho esse exemplar de capa cor de rosa à espera que as minhas meninas cresçam para o poderem ler. Mas o que mais me fascina na Alice Vieira é a maravilhosa capacidade, o inegável talento, de nos falar das coisas simples, das coisas diárias, em tom de poesia ou como se se tratasse de uma maravilhosa história de encantar. Este Natal a MM lembrou-se deste meu gosto e deu-me de presente o “Pézinhos de Coentrada”. Não foram precisas mais de 3 dias para devorar este livro de pequenas histórias publicadas em revistas e jornais nacionais. Algumas já conhecia, outras não. O trecho que aparece em baixo é da minha história preferida. Fala da liberdade, desse liberdade interior que ninguém nem coisa alguma consegue roubar.
E hoje sinto-me assim, por detrás de uma janela fechada a ver o dia fugir… Há dias assim…

Porque qualquer janela serve para voarmos. Para sermos livres. Para imaginarmos outras vidas. Eu posso estar sentada aqui nesta cadeira, a fazer malha, e vocês olham para mim e são capazes de jurar que eu estou ao vosso lado, mas não estou, estou muito longe, a viver outras vidas, a ouvir outras vozes, a sentir outros cheiros, a amar outras pessoas. Por muitos cadeados que as janelas tenham, nenhum cadeado pode impedir os nossos sonhos de nos levarem onde quisermos.”

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in “Pezinhos de Coentrada, pequenas histórias”, de Alice Vieira.

10 dicas para aproveitar ao máximo a ida mensal ao hipermercado

1. Agarra em 24 caixas de preservativos e põe em vários carrinhos, aleatoriamente, quando a pessoa estiver distraída.
2. Programa os despertadores para tocarem de 5 em 5 minutos.
3. Vai ao apoio a clientes e pergunta se te podem reservar um pacote de M&Ms.
4. Monta uma tenda na secção de campismo, diz aos outros clientes que vais passar a noite por lá. Convence as pessoas a trazerem almofadas da secção têxtil e a juntarem-se a ti.
5. Quando um funcionário te perguntar se precisas de ajuda, começa a chorar e grita: “Porque é que vocês não me deixam em paz?!?!!?!?”
6. Encontra uma câmara de vigilância e usa-a como espelho enquanto tiras macacos do nariz.
7. Procura uma faca de trinchar bem afiada. Leva-a contigo durante todo o percurso das compras e vai perguntando aos funcionários se ali vendem anti-depressivos.
8. Desliza pela loja com um ar suspeito, enquanto cantas o tema da Missão Impossível”.
9. Esconde-te atrás da roupa que está exposta em cabides e quando alguém estiver a ver os artigos grita: “ESCOLHE-ME! LEVA-ME PARA CASA!”
10. Quando alguém anunciar seja o que for no altifalante, deita-te no chão, em posição fetal, e grita: “NÃÃÃO! As vozes! Outra vez as vozes!”
E, por fim:
Vai ao provador de roupa. Fecha a porta, aguarda um minuto e depois grita: “Onde é que está o papel higiénico????!”