A fronteira

Cada vez que saímos de Lisboa, a patanisca começa a perguntar quando voltamos a Portugal!
Este ano de férias lá lhe fomos tentando explicar a diferença entre países, regiões e cidades. Para exemplificar decidimos atravessar a fronteira com Espanha.
“Estás a ver patanisca, deste lado é Portugal. Ali, é Espanha, outro país, onde se fala espanhol”, explicou o pai apontando o posto fronteiriço desactivado, “e agora vamos ver uma cidade espanhola, onde vivem espanhóis”, acrescentou. E lá fomos, num passeio até à praça central de Valencia… “PAI, PAI, acabei de ver um espanhol… São iguaizinhos a nós!!!!”, gritou a patanisca ao cruzar-se com o primeiro de nuestros hermanos!

Faz de conta


– Faz de conta que sou abelha.
– Eu serei a flor mais bela

– Faz de conta que sou cardo.
– Eu serei somente orvalho.

– Faz de conta que sou potro.
– Eu serei sombra em Agosto.

– Faz de conta que sou choupo.
– Eu serei pássaro louco, pássaro voando e voando sobre ti vezes sem conta.

– Faz de conta, faz de conta.

Eugénio de Andrade

The End – Epílogo

As outras picuinhas ficaram passadas com o post.
Por isso, cá vai a conversa que tive com a mais alarmista e exagerada.
E, para acabar de vez com as dúvidas, não, não estou a pensar atirar-me da ponte!!!
H – Que parte da tua semana é que eu perdi???????? Tás parva?????? FALA COMIGO!!!!!! Se publicas por favor assina o teu nome em letras garrafais senão tenho uma centena de gajos a chatearem-me os cornos
CC: Logo vi que eras interesseira… e egoísta… a pensar em ti e nos teus… eles que aprendam a LER!!! Qual é o drama? Não é nada de negativo Até é positivo, embora seja sobre a morte
H: Temos de falar sobre a diferença entre positivo e negativo. PARVA. E além disso se morres antes de mim tens-me à perna para toda a puta da eternidade
CC: mas eu não penso em morrer… mas é uma possibilidade, para todos. Só penso que há gente que faz falta e outros que nem por isso
H: quero lá saber! Por mim podes afixar, mas livra-te de pensamento do género. Saio daqui num instantinho e vou até aí encher-te o traseiro de chutos
CC: Estás a interpretar a coisa pela negativa. Pensa no Tim Burton. Perceberás a minha lógica
H: vou ler outra vez
CC: ok
H: não, não vejo nada positivo e não quero pensar nisto. Não quero… lailailai
CC: ok, não é preciso ficares ofendida, eu apago
H: parva, não apagas nada que eu não sou o lápis azul do blogue, é nosso, cada uma escreve o que lhe apetece, o que lhe vai na alma, afixa. Mas tás avisadinha… é por toda a eternidade! E olha que se eu viva sou chata, como fantasma sou um inferno, tas avisada
CC: mas eu só estou a dizer que vejo a morte de uma forma positiva, mas que me custam as saudades… dos meus avós, do FUSCA, do Koto
H: Morres antes de mim e vou ao funeral dar chutos no caixão e mijar nas flores. E depois passava a deixar-te uma vez por semana um exemplar da caras no cemitério
CC: Isso não!!!!
H: ah o mijo e os chutos não te incomodam…
CC: não
H: Havia de ser giro eu toda entrevadita a baixar a cueca e a fazer um chichizito nos arranjos florais
CC: parva….

The End

O fim.
A morte.
Morrer.
Nunca tive medo de morrer.
Deve ser um alívio.
Mas, nos últimos tempos tenho pensado nisso.
Não, não acredito no suicídio.
Não acredito na vida depois da morte.
Ou se voltarei cá de novo, como gato ou pássaro ou…
Mas nos outros.
Nos que ficam.
Nos que têm que lidar com as saudades.
Com a falta. Com a ausência.
E não da minha pessoa.
Poucos sentiriam a minha falta. Mas esses poucos, senti-lo-iam profundamente.
Mas na falta que algumas pessoas fazem às outras.
O fim não é a morte, é a ausência.
O fim é para quem fica e não para quem parte.

Fui a Londres!

Tive a oportunidade de ir a Londres, a trabalho.
Apesar de ir e vir no mesmo dia, resolvi pesquisar sobre a cidade.
Os meus colegas sugeriram inúmeros locais onde ir, pois de metro as distâncias são muito curtas.
Bom, chegado o dia, lá fui eu para o aeroporto, levando na mala todos os locais sugeridos, como lá chegar, mapas e guias de viagem.
O avião começou por se atrasar (saímos com quase uma hora de atraso) e esteve mais de meia hora a rondar o aeroporto de Heathrow antes de ter autorização para aterrar (nós e mais uma dezena de outros aviões).
Quando cheguei, recebi instruções de qual o autocarro a apanhar e dirigi-me a um hotel, em Heathrow, onde a equipa de arquitectos, engenheiros e designers já se encontrava.
Iniciámos de imediato a reunião, enquanto almoçávamos umas sandes encomendadas.
O tempo passou, e passou e passou…
A reunião correu bastante bem…
Mas terminou na altura de voltar para o aeroporto e fazer o check in.
Só tive tempo de entrar numa papelaria e comprar uns “recuerdos”: uma miniatura de autocarro, uns postais, um chocolate e uma revista.
Esperámos dentro do avião bastante tempo para descolar, pois o Concorde estava na pista (uma das suas últimas viagens e, excepcionalmente, saiu da pista de aviões comerciais) e tinha prioridade sobre os restantes aviões.
Por azar não tinha comigo a máquina fotográfica! Bolas!!!
E foi assim a minha visita a Londres – ou melhor, a Heathrow!