Transformações (VII)

Digo tchau, até já, até à vista…Reparei um dia deste que nunca digo adeus. Nunca. Descobri há pouco que raramente uso palavras definitivas. Prefiro detestar a odiar, o logo se vê a nunca, troco o quero por um gostava, e o fim por interregno. Perturbou-me esta sensação. É como estar suspensa num limbo espesso e intrincado. Nunca digo adeus, e deve ser por isso que o meu lado de lá se enche cada vez mais de fantasmas e de “coisas que um dia hei-de resolver”. Adeus cheira a fim, a terminado, a ida sem retorno. Adeus cheira a flores secas.

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