A teoria de Darwin

Às vezes temos de ser nós. Manter a espinha na posição que a evolução das espécies nos determinou: vertical. Às vezes temos medo, mas tem de ser. Às vezes gostávamos que a “entidade superior” existisse de verdade para trazer a justiça aos justos e o castigo a quem merece. Por alguma razão não sou mística. Às vezes interrogo-me sobre o que ando a fazer. O que andei a fazer com todos estes anos de idade adulta. E este “às vezes” tem sido muito recorrente, agora que os 41 se vão. Agora que deixei de saber quanto tempo me resta, e o tempo já não parece tão eterno como aos 20. Às vezes gostava de fechar os olhos e parar um bocadinho. Para descansar. Só um bocadinho. Fazer de conta que está tudo bem. Que o esforço será premiado, que vale a pena porque “a minha alma não é pequena”, que faz sentido ser recta, e honesta e empenhada. Às vezes penso que tristes são os dias pejados desta gente que não o é, desta malta que é “poucochinho” honesta, competente e correcta.
Às vezes temos de ser nós. Manter a espinha na posição que a evolução das espécies nos determinou: vertical.
Às vezes adivinhamos que a coisa vai acabar mal.

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