Brasa da Semana

…David C. Hall, vulgo Dexter, é mocinho capaz de provocar, literalmente, arrepios.
Nasceu em 1971 em Raleigh (EUA) e atingiu o estrelato com as séries Dexter e 7 Palmos de Terra.
Em Janeiro de 2010 venceu o Golden Globe Award para Melhor Actor (série dramática) em televisão pelo seu papel em Dexter. Ainda em Janeiro anunciou que lhe tinha sido diagnosticado um Linfoma de Hodgkin, também conhecido como cancro nos gânglios, mas descansem esses coraçõezinhos porque aparentemente o cancro já está em remissão…lá vai ele continuar a retalhar bandidos e a salpicar tudo de sangue…blegh…mas o miúdo é giro…engraçado…vá, jeitoso…

Brasa da Semana

Melvil Poupad, pariesiense de gema nascido em 1972, recebeu o nome em homenagem a Herman Melville. Lançou-se nas lides de actor com a idade de 10 anos no filme La Ville des Pirates. Aos 15 anos foi nomeado para um César. Mocinho de boas famílias, tem um arzinho angélico que dá mesmo vontade de dar colinho 🙂 dá ideia de ser mocinho tímido (apesar de já ter feito uma perninha na publicidade), daí as fotografias com pouca superfície de pele visível… digamos que é um brinde para aquelas que trocam abdominais bem definidos por neurónios funcionais…

…pode repetir, sff?!?

O facto de demorar uma semana a ler Expresso foi a razão porque só hoje deparei com esta pérola, escrita por Leandro Garcia, vice-presidente da AG da Confederação Nacional das Associações de Família, e da qual publico os extractos que quero comentar:

Este assunto não é apenas jurídico e de direitos individuais, pois envolve também uma carga histórica, cultural, social e familiar com milhares de anos; nem preciso de citar a questão religiosa para afirmar que algo tão integrado na consciência humana tem de ser tratado prudentemente com algumas soluções consensuais. Contrariamente, alguns responsáveis por esta legislação resolvem insultar todos os que não compartilham do seu desejo de ‘modernidade’“.

Ora bem, caro senhor, isto posto assim recorda-me questões com igual carga histórica, cultural, social e familiar, como a escravatura, o trabalho infantil ou o voto das mulheres. À época, as decisões que alteraram a face da sociedade romperam também com a tradição milenar de comprar e vender seres humanos, com os hábitos culturais de explorar mão de obra infantil e de impedir que as mulheres tivessem voz activa nas questões sociais ou familiares. É verdade que em Portugal as mulheres até ao 25 de Abril ainda tinham de pedir permissão ao marido ou ao tutor para sair do país, ainda assim relembro-lhe que fomos bastante revolucionários no que diz respeito à abolição da escravatura. Mas isso, calculo que não lhe interesse nada afinal, a família, esse pilar fundamental da sociedade, só pode ser fundada com base num homem e numa mulher, nada de modernices.

Tem de ser possível encontrar uma solução por todos aceite; os homossexuais dizem que apenas querem ter os seus direitos individuais garantidos, enquanto que a maioria dos cidadãos crêem que tais uniões não são um casamento tal como existe em todas as culturas desde o principio da história.

Ó meu amigo, está familiarizado com o conceito democracia? Pois este pequeno pormenor define aquilo que numa sociedade é aceite ou não, e define por sufrágio universal (lá está, também inclui as fêmeas). Traduzindo: em democracia, as decisões são votadas e eleitas por mai-o-ria. E já agora, a maioria dos cidadãos portugueses elegeu um partido, cujo programa eleitoral contemplava esta questão, logo a MAIORIA dos cidadãos portugueses concorda que a união de pessoas do mesmo sexo é um casamento sim senhor. E já agora achei um bocadinho excessiva a generalização da ideia de casamento em “todas as culturas desde o princípio da história“. Primeiro porque a ideia de casamento subjacente ao seu raciocínio prende-se a uma raiz judaico-cristã (sim, Bulhão é dedicado a ti). Se se der ao trabalho de investigar um bocadinho irá reparar que em inúmeras culturas a ideia de casamento é substancialmente diferente da que vigora por estes lados; e em segundo lugar, porque fala da história, como se esta fosse uma realidade imutável. No entanto, o desenrolar dessa mesma história prova que desde os seus primórdios a humanidade fez por se modificar e aperfeiçoar os modelos pelos quais se rege (remeto-o uma vez mais para as questões da escravatura, trabalho infantil ou voto das mulheres). Chama-se evolução. Há quem defenda que também se aplica às mentalidades 🙂

“Não sendo jurista, atrevo-me a propor um nome, aceitando que haja soluções melhores; se tal lei for designada como “Contrato para a vida em comum de pessoas do mesmo sexo” creio que não surgirão problemas.”

Ah! Afinal o seu problema tem a ver com o léxico, não com o conteúdo. Mas deixe-me cumprimentá-lo pela humildade e assegurar-lhe que há de certeza soluções melhores. Aliás, há uma solução melhor, foi definida pelos senhores que NÓS, os eleitores que votaram, elegeram. Chama-se casamento, tout court.