Mea culpa

6926543184_6ea002a7b9

Depois, em outros dias, comovo-me com pessoas que são melhores, vão mais longe, fazem mais, fazem melhor. É neste balanço entre o que sou e o que gostaria de ser, nesta lista de deve e haver, neste rol de prós e contras, que me (re)construo. Acredito que um confessionário seja semelhante ao mea culpa  da noite quando na cama começo a ladainha mental “…fiz mal quando disse.não devia pensar que…”, mea culpa, interminável, perfeito e redondo que começa e termina em mim. Ser melhor, ser melhor, a tarefa interminável de limar arestas. De quem a herdei? Quem serei quando chegar ao fim dos dias?

Never ending story

A ironia da memória que não se esbate e é avivada aqui e ali pelas memórias da rede social. Podia ser o nome de um estudo sócio-cultural e no entanto não é mais do esta trama de raízes e recordações em que tropeço, aqui e ali, e me espanta pela dor que causa. Esta história de que sou feita, esta teia de dores, esta memória que não termina e me faz olhar para aquilo que não gosto. Odeio-te e desiludo-me com o que sou por não ser capaz de ser melhor que isto.