Cordão Humano de Leitura


“Metro a metro….
…Faz-se um cordão humano.
Traga um livro, convide um amigo e faça parte da história.
2 de Abril | 15h
Ponto de encontro: Largo do Chiado, junto à entrada do Metro Baixa/Chiado”

Não é uma ideia maravilhosa?
A partilha da leitura…
E há mais, as actividades são das 11h às 18h.
– Feira do Livro Infantil
– Chapéus Narradores – contadores de histórias em pleno Chiado
– Cordão Humano
– El Posador – grupo catalão de teatro
– Animação de rua, cabeçudos e muito mais…

A nossa cidade é fantástica, não é?
Bora lá!!!

Podem procurar mais informação aqui!

Tristeza Nacional


Eu estou triste.
Tu estás triste.
Ele está triste.
Nós estamos tristes.
Vós estais tristes.
Eles estão tristes.

É a minha reflexão ao post do Blog “Os tempos que correm”, do Miguel Vale de Almeida: Pobre cidade.
Realmente os semblantes da população andam muito sorumbáticos.
Cada um anda a pensar na sua vida e os pensamentos dos portugueses espelham-se nas suas faces.
Estamos num clima de tristeza nacional.
Sem saber o que nos espera o futuro…. nem sequer o presente.
Há muito tempo que os portugueses não andavam de feições tão graves.
Mas, realmente, grave é a situação do país e de cada um de nós.
A minha avó costuma dizer que melhores dias virão… quando, avó? Quando?

Ver o texto aqui.

A malta do 12

Desde que deixei a Penha de França e me mudei, de novo, para a Graça que apanho o 12 para o emprego.
E rapidamente encontrei companheiros de paragem: a malta do 12.

O senhor do 112, o prédio contíguo ao meu, reformou-se há pouco, mas sabe a história de todos os moradores do meu prédio.
A funcionária pública, cinquentona que pinta os olhos de azul forte.
O impaciente, entradote que todos os dias vai ao ginásio, mas como o 12 demora acaba sempre por apanhar um táxi e nunca convida ninguém a partilhar a boleia.
A Dona H., velhinha simpática que, apesar dos 80 e muitos e da bengala, nunca nos deixa dar-lhe prioridade na entrada para o 12.
A advogada boazona, que enche os olhares dos restantes homens do 12 todos os dias.
E eu.

A conversa é sempre a mesma. Como uma espécie de ritual:
“Bom dia. Vamos lá a ver se hoje vem a horas!” – cumprimenta o senhor do 112
“Eu ouço-os da janela da cozinha e hoje passaram todos atrasados!” – comenta a funcionária pública.
“Está melhor Dona H.?” – perguntam
“É sempre a mesma coisa. Não percebo, o 12 é a pior carreira de todas. Nunca vi nada assim!” – exclama a funcionária pública
“E hoje está frio. Trouxe o chapéu, porque ainda chove…” – diz a boazona
“Não, eu ouvi há pouco na rádio e só dão chuva para amanhã” – explica o meu vizinho
“Lá vem ele. Vá lá, hoje só se atrasou dois minutos.! – reclama a funcionária pública
“Hoje é o nosso amigo que vem a conduzir… a D. CC é que está atrasada… lá vem ela” – diz o vizinho do 112 – “não corra que eu peço ao motorista para esperar! É o nosso amigo!”
E a malta do 12 não deixa ninguém ficar apeado. O autocarro só parte com todos a bordo.
É reconfortante. A rotina. As frases. As caras.
O saber que o vizinho do 112 faz com que o 12 espere por mim.
E estamos em pleno coração de Lisboa!