O esférico e o rectângulo

Quem me conhece sabe que eu não sou fã de futebol. Nem apreciadora. Aliás, sou mesmo o que se pode chamar “uma ignorante da coisa”. melhorei um bocadinho nos últimos seis anos e longe vão os tempos em que a dupla L+R perdeu uma partida de Trivial quando eu, lesta e convicta, respondi que uma equipa de futebol tinha 22 elementos…sim, 22…era jovem, ingénua…e o Absolut também não ajudava…(a Rita voltou a falar comigo mas só seis meses depois…pronto…). Na vida (e não esquecendo que sou uma senhora de meia idade…[suspiro]….) vi apenas dois jogos de futebol ao vivo, arrastada pelo Zé e pela Rita (again….) e passei os 90 minutos a tentar perceber o que se passava em campo, e o que era um fora de jogo. Em compensação demorei anos a esquecer a claque do Sporting e os seus hinos e a coreografia explícita…demasiado explícita…
E pronto, retomando o fio ao pensamento, quem me conhece sabe que não ligo à bola. Sempre achei que o jogo em si era engraçado mas comparado com o basquete ficava a milhas de distância. E os gajos também não ajudavam. Até há meia dúzia de anos ele eram cortes de cabelo que pareciam desenhados por um cortador de relva, outfits que me faziam vir as lágrimas aos olhos, e uma destreza verbal que me arrepiava as sinapses. Depois lentamente foram aparecendo uns rapazes jeitosos (não estão mesmo à espera que me lembre dos nomes, pois não?!?), e um ou outro até foi eleito Brasa da Semana neste blogue. Mas hoje, ah! hoje sim, hoje na minha visita ao Homem sem blogue encontrei lá esta prenda…ou incentivo…sim senhor, aqui está um bom motivo para começar a comprar jornais desportivos. Enjoy girls!

O dia Internacional da Mulher é todos, mas mesmo todos os dias…

 …talvez por isso não ligue tanto ao 8 de Março. Deste discurso ficou-me a frase da Hillary Clinton “Womens rights ARE human rights”. E gostava de ver isso reflectido nas mulheres com que me cruzo no metro, ou na minha caminhada diária. Mulheres carregadas com o peso dos filhos, do dinheiro, do modelo que têm de ser, com o modelo que cada sociedade lhes desenhou. Mulheres que nem sempre sabem, ou conseguem, fugir ao “fado” que lhes determinaram. Por isso para mim, o dia da mulher é todos os dias, e era bom que que nos conseguíssemos lembrar disso, sem discursos ou festas e brilhos, porque o que o 8 de Março comemora é a sobrevivência daquelas que ao contrário de mim, ao contrário de muitas de nós, não têm voz, nem direitos, e muitas vezes nem têm vida.
E, só para refrescar memórias, comemora-se a 8 de Março porque “Neste dia, do ano de 1857, operárias têxteis de uma fábrica em Nova Iorque entraram em greve. Ocuparam a fábrica reivindicando a redução do horário de mais de 16 horas por dia para 10 horas. As operárias que nas suas 16 horas de trabalho recebiam menos de um terço do salário dos homens, foram fechadas na fábrica onde, entretanto, se declarara um incêndio, e cerca de 130 mulheres morreram queimadas. Em 1910, numa conferência internacional de mulheres realizada na Dinamarca, foi decidido, em homenagem àquelas mulheres, comemorar o 8 de Março como “Dia Internacional da Mulher”.
Get it?!

Toc Toc Toc


Há quem fique com um andar elegante e há quem pareça uma avestruz.
Eu sou a última.
Confesso!
Não consigo andar de saltos altos.
Ao fim de 10 minutos já estou aflita das costas e dos pés e fico de mau humor.
Não vale a pena.
Mas depois também há quem pareça um cavalo a trotar!
É que o som enerva já ao longe.
E depois vem-se aproximando e já não se espera nada de bom.
Há quem não tenha queda para a coisa!
Há quem ande de saltos altos como se andasse de botas da tropa!!!
Um horror!
O salto alto lembra elegância, sedução, charme, beleza… e não um cavalo da Guarda Nacional Republicana a galope!!!
Deviam criar uma disciplina no secundário: “como trotar como uma gazela e não como um touro em debandada!”

Coitadinhas…

…destas super-mulheres que acordam mais cedo para poder ir ao cabeleireiro, coitadinhas! e fazem 5, pasmem, 5 viagens de carro para ir e trazer as crianças ao colégio, natação, etc… coitadinhas. Coitadinha “… às 7h45 entra no cabeleireiro, às 9h30 chega ao trabalho, passa o dia em reuniões…”… tou cheia de pena… e ainda ” Primeira regra do despertar : um horário. Só assim consegue dividir–se entre a vida de arquitecta, o casamento de 18 anos, os quatro filhos, as associações de pais e a catequese”…vou só ali ao lado ensopar uma resma de lenços de papel enquanto penso na sorte que tenho em não ter uma destas vidas sacrificadas, sim porque não preciso de ir ao cabeleireiro todos os dias, e só faço duas viagens de metro por dia, e não tenho de compensar as minhas filhas por ter sido inoportunamente interrompida pelo Jorge Sampaio…e aproveito e vou ver se já esgotei o cartão de crédito porque a conta ordenado já deu o último suspiro há uma semana…coi-ta-di-nhas delas…e eu que ando cheia de pena de mim, a tentar fazer acrobacias entre trabalho-casa-escola-crianças, a equilibrar orçamentos e a ver se o dinheiro chega para as actividades extra-curriculares, a acordar mal o sol se levanta para ainda ter tempo para apanhar a roupa do estendal e a esticar o serões para vencer a malfadada pilha da roupa, a engolir angústias porque o desemprego nos bateu à porta…mal-habituada, estou é mal-habituada…
…eu sei que esta malta trabalha muito, mesmo muito, mas sinceramente, super-mulheres são as desgraçadas que eu vejo todas as manhãs a arrastar as crianças para a escola a pé faça sol ou faça chuva, e que a seguir se atafulham no metro prontas para 8/9/10 horas de trabalho duro e mal pago, com o coração apertado sem saber se os miúdos  chegaram a casa bem e a fazer contas aos trocos que sobram para o jantar. Têm nomes pouco finos, sapatos cambados e vão ao cabeleireiro quando o rei faz anos e calam a angústia na almofada a chorar por saber que os seus meninos vão seguir o mesmo caminho. E acordam no dia seguinte e repetem tudo outra vez, porque a vida faz-se andando…e no caso destas Marias faz-se andando a pé!

O que queremos, afinal de contas?


Em 2008 foi realizado um estudo a 12.000 mulheres em 22 países sobre as suas vidas: carreira, dinheiro, relacionamentos, comportamentos de compra, esperanças e medos.
A conclusão foi unânime: o que nós queremos é TEMPO!
Temos demasiadas tarefas para realizar num mesmo dia, demasiadas prioridades que rivalizam entre si e não temos tempo para nós.
Sim, é verdade!
Neste Natal, ofereçam-nos Tempo!
E nada de desculpas…
Como diz a Annalie da Suécia, o que queremos é “a good balance between work and time for meeting with friends and family. Everyone healthy. And also enough time for things that are important just to me“.
Para mais informação ou participar no estudo, consulte o site aqui!