Em contramão

“E há-de haver outra maneira, de contar a quem não sabe, se me dás a vida inteira, porque só vivi metade”…esta frase martela-me noites e insónias, Não me lembro quando ouvi a música pela primeira vez, estaria na cozinha, com o rádio ligado, e foi certamente no primeiro refrão que se quebraram pratos e entrechocaram talheres num desvario de mãos, numa dança tropega de sentidos e  coração em sobressalto.Assusto-me, ou melhor, espanto-me, com o alinhamento de frases que me acerta em cheio na memória “se me dás a vida inteira, porque só vivi metade”.

Contradições

“To Be Free”

Once in a house on a hill
A boy got angry
He broke into my heart
For a day and a night
I stayed beside him
Until I had no hope
So I came down the hill
Of course I was hurt
But then I started to think

It shouldn’t hurt me to be free
It’s what I really need
To pull myself together
But if it’s so good being free
Would you mind telling me
Why I don’t know what to do with myself

There’s a bar by the dock
Where I found myself
Drinking with this man
He offered me a cigarette
And I accepted
‘Cause it’s been a very long time
As it burned ‘till the end
I thought of the boy
No one could ever forget

It shouldn’t hurt me to be free
It’s what I really need
To pull myself together
But if it’s so good being free
Would you mind telling me
Why I don’t know what to do with myself

To pull myself together
But if it’s so good being free
Would you mind telling me
Why I don’t know what to do with myself

To pull myself together
But if it’s so good being free
Would you mind telling me
Why I don’t know what to do with myself

Espanta fantasmas

A tristeza dos dias ameaça engolir-me e eu, num movimento primário de pura sobrevivência, fujo. Para as linhas do livro companheiro de viagem, para o cartaz de cores garridas que oferece a dádiva de meia dúzia de quilos perdidos sem esforço, para o vizinho de carruagem que marca o ritmo da música com o bater de pé, para as mãos do bebé que ao colo da mãe ensaia os primeiros gorjeios, para a montra de sapatos que anuncia a chegada de dias quentes e promessas de Verão, e para a música com que preencho o vazio dos sentidos. Estou “On the top of the world” embora de cabeça para baixo, e grito e esperneio por dentro nesta armadura perfeita e polida com que venço os dias.

Only boys aloud

…estes miúdos fascinaram-me durante o BGT deste ano. Hoje encontrei isto no TED e percebi  que o meu fascínio tinha uma razão de ser 🙂 e fico feliz por ainda haver gente que acredita que até com um coro de pode mudar um pedacinho do mundo, nem que seja num cantinho pequeno do País de Gales.
Well done!

…da morte e outras injustiças

Morreu o Bernardo Sassetti. Tinha 41 anos, mulher e filhas pequenas. E eu lembrei-me desta música e do que me fez sentir a primeira vez que a escutei. A morte levou-o, ou então foi a vida. Ambas invejosas de talento e doçura. Não sei que sinta, não sei que se diz, sei apenas que nos fica a sua alma escrita nas pautas e despida nas melodias ao piano. Tinha 41 anos e morreu. E eu tenho pena.